sábado, 11 de fevereiro de 2012

Uma vista de olhos pelas equipas nacionais

O vencedor da Volta 2011, já iniciou a temporada
É já no domingo que se inicia a nível nacional mais uma temporada de ciclismo, a primeira desde 2006 em que não há redução no número de equipas. Ok, os orçamentos foram reduzidos, os salários também mas, pelo menos, o número de equipas mantém-se. É um sinal positivo de e para a modalidade.





Carmim-Prio-Tavira

Ainda que sem David Blanco, que chegou a ser dado como certo, e sem André Cardoso, Vidal Fitas continua a ter uma equipa muito boa à sua disposição. Ricardo Mestre será o trunfo para a Volta a Portugal e para a alta montanha, com Nelson Vitorino e David Livramento para o apoiarem nesse terreno. A contratação de Alejandro Marque (ex-Boavista) também reforça a equipa para as provas por etapas e os jovens João Pereira e Amaro Antunes (ex-Paredes) também poderão assumir um papel de relevo na equipa.

Samuel Caldeira será o sprinter dos tavirenses, sem esquecer Daniel Mestre. Henrique Casimiro, Tomás Metcalfe, Diogo Nunes, Válter Pereira (ex-Loulé) e Luís Silva completam a equipa.

Além dos patrocínios da Prio e da Câmara Municipal de Tavira, O CC Tavira tem agora o “patrocínio” da Carmim, produtora de vinhos, aguardentes e azeites. A Carmim não dá dinheiro à equipa, dá sim uma percentagem das vendas que o CCT fizer. Como quase-licenciado de Marketing, acho que é um grande contrato para a Carmim, muito pouco compensador para o Clube. Como todos sabemos, qualquer equipa de ciclismo faz publicidade dos seus patrocinadores em todo o país (e não só), sendo paga por isso. Com este acordo, a equipa estará a publicitar os a empresa mas apenas receberá pelas vendas que conseguir fazer, que será sobretudo no Algarve e, talvez, nas provas em que correr. Será pago como um comercial mas fará publicidade em grande escala.

Efapel-Glassdrive

A equipa de Carlos Pereira, que durante tantos anos teve a Barbot como patrocinador principal, tem condições para ser novamente a mais vitoriosa do calendário nacional, principalmente devido a Sérgio Ribeiro, Filipe Cardoso e Sérgio Sousa. Estou especialmente curioso para ver se o Sérgio Ribeiro continua a trabalhar para evoluir na alta montanha e, se for essa a sua opção, até onde poderá ir. De qualquer forma, é um ciclista de características muito específicas e que qualquer equipa gostaria de ter. Uma pena que nenhuma equipa estrangeira aposte nele.

Para a alta montanha e em especial para a Volta a Portugal, o Rui Sousa será a grande aposta, juntamente ao Nuno Ribeiro, que volta de suspensão. Também estou curioso para ver o que pode fazer o Ricardo Vilela (ex-Boavista). Raul Alarcon, António Amorim, César Fonte, Daniel Freitas e Sandro Pinto (ex-Maia) completam a equipa.

LA-Antarte

Com a saída do Hernâni Brôco, Mário Rocha perde o seu voltista de referência. Esse estatuto deverá ser assumido por Hugo Sabido ou José Mendes (ex-CCC) que regressa a Portugal e terá mais uma oportunidade para confirmar o potencial que demonstrava nas camadas jovens. Bruno Sancho terá um papel de destaque como sprinter da equipa.

Edgar Pinto também tem condições para assumir um papel de relevo dentro de o pelotão se as lesões não o impedirem. Veremos como evolui o jovem Bruno Silva, sem esquecer o experiente Vergílio Santos, um valor seguro para a alta montanha. Márcio Barbosa, Enrique Salgueiro (ex-Loulé) e Hugo Sancho complementam o plantel da equipa de Paredes. Tenho dúvidas quanto ao João Pinto, que chegou a ser dado como certo na equipa mas, ao que me parece, não o será, até porque, segundo me foi dito a Federação proibiu a passagem de juniores directamente para equipas elite, tendo o último caso sido o do Marco Cunha em 2006.

Onda-Boavista

Com apenas oito corredores, o Boavista lá conseguiu contornar as dificuldades e manter-se na estrada, tendo depois que contratar mais um ciclista para a Volta a Portugal. Apesar do falhanço na última Volta, o cabeça-de-cartaz é o campeão nacional João Cabreira. Daniel Silva deverá ser o seu braço direito, Bruno Lima a aposta para os sprints.

Fazem parte da equipa os neo-pros gémeos Domingos e José Gonçalves (ex-Santa Maria da Feria), os quais espero que consigam dar seguimento às boas referências deixadas nos escalões de formação. Délio Fernández, Hélder Oliveira e Célio Sousa completam a equipa.

Os irmãos Gonçalves, juntamente a Válter Pereira e Sandro Pinto, as únicas caras novas nas equipas profissionais. Bruno Borges, Jon Pardo e Alberto Morrás (ex-Boavista), Miguel Candil e Rui Vinhas (ex-Paredes) e Carlos Baltazar, Bruno Pinto e Santi Pérez (ex-Barbot) abandonam o nosso pelotão. Tenho pena pelos portugueses.

Ao serviço de equipas estrangeiras teremos Sérgio Paulinho e Bruno Pires (Saxo Bank), Tiago Machado e Nelson Oliveira (Radioshack), Rui Costa (Movistar), Hernâni Brôco, André Cardoso e Manuel Cardoso (Caja Rural), Jóni Brandão (Burgos BH), Fábio Silvestre (Leopard Continental), o director desportivo José Azevedo, o director técnico Ricardo Scheidecker e os mecânicos Francisco Carvalho e José Eduardo Santos, todos eles na Radioshack.

Em suma, não há muito mais a dizer. São apenas quatro, são pequenas, com ordenados baixos, mas são as quatro equipas que mais animarão as provas portuguesas desta modalidade que nos apaixona.

*****
Depois de Contador, foi Jan Ullrich o condenado pelo TAS. O alemão, que deixou de correr em Julho de 2007, leva dois anos de suspensão a contar a partir de 22 de Agosto de 2011 por ter tido vários encontros com o Dr. Eufemiano Fuentes, por lhe ter pago 800 mil euros para “serviços não determinados” e, especialmente, por ter sangue seu em bolsas do Dr. Fuentes. É de relembrar que o Dr. Fuentes, personagem central da Operación Puerto, revolucionou o desporto mundial, apesar de só os ciclistas terem sido seriamente investigados e castigados.

Ullrich perde também todos os seus resultados desde 1 de Maio de 2005, passando Bradley McGee a ser o vencedor de um contra-relógio na Volta à Suíça 2005, Bobby Julich o vencedor do contra-relógio da Volta à Alemanha 2005, Ivan Basso o vencedor de um contra-relógio na Volta a Itália 2006 (sendo depois também ele suspenso por envolvimento na OP), Cadel Evans o vencedor do contra-relógio da Volta à Suíça do mesmo ano e Koldo Gil o vencedor da classificação geral da mesma prova. Grande atenção também para o facto de perder o terceiro lugar no Tour 2005 para… Francisco Mancebo, também outro grande puritano. O alemão confessa que recorreu aos serviços do Dr. Fuentes “devido à pressão para ganhar outro Tour, especialmente depois de Armstrong se ter retirado”.

Qualquer diz, talvez escreva a minha visão sobre a Operación Puerto. Interessados em ler?

6 comentários:

  1. Apesar de serem apenas 4 equipas profissionais ao menos não perderam muita qualidade. Gostei muito do artigo Rui.

    Quando à Operación Puerto, gostava muito que fizesses um artigo sobre isso pois não tenho grande noção do que aconteceu.

    Continua com este grande trabalho :D

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  2. Excelentes artigos no despertar de uma nova época que se prevê decisiva como ponto de inflexão no panorama nacional do ciclismo.
    E gostava também de ler algo bem pensado, sobre esse caso envolto em nevoeiro, definitivamente.

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  3. Obrigado a ambos pelos comentários. Vou escrever esse artigo sim, mas sem promessas de datas ;)

    Cumprimentos.

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  4. E o António Carvalho afinal foi correr para onde? Não era também para a Burgos?

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  5. O António Carvalho tinha tudo apalavrado mas não chegou a assinar.

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  6. Então é mais um que está sem equipa certo?

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