quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

15 jovens a seguir em 2013

Howard já leva dois triunfos em 2013
A pensar naqueles que acompanham todas as provas mas sobretudo naqueles que apenas podem acompanhar as principais corridas e que frequentemente são surpreendido por alguns jovens que surgem em destaque e parecem vindos do nada, apresento-vos hoje 15 jovens a seguir em 2013.

À semelhança do que foi feito em 2012, com este artigo não pretendo apontar os quinze melhores ou mais promissores jovens, mas sim 15 jovens do World Tour dos quais espero uma boa evolução e que em 2013 comecem a dar nas vistas para o grande público. Significa isto que da lista estão excluídos aqueles que já se revelaram em grandes provas, como por exemplo Peter Sagan, Degenkolb, Van Garderen, entre outros. (No final desta crónica poderão ler o balanço aos "15 jovens a seguir em 2012".

Barry Markus (17/07/1991, Vacansoleil)

Barry Markus está a ser uma das revelações deste início de época, já com 5º e 8º lugares em etapas do Tour Down Under e 2º-2º-3º em etapas da Volta ao Qatar, batido nesses dias apenas por Cavendish e Hutarovich. Não é o único sprinter da equipa mas na Vacansoleil não é comum ninguém se sacrificar para ninguém, pelo que deverá ter as suas oportunidades.


Carlos Betancur (13/10/1989, Ag2r-La Mondiale)

Sobre Carlos Betancur recai uma expetativa diferente, pois já mostrou o seu enorme talento no pelotão profissional e falta "apenas" mostra-lo também em corridas World Tour.
Nas últimas duas temporadas representou a Acqua & Sapone, onde se destacou por uma vitória na clássica Giro dell'Emilia, uma das mais importantes do final de época, sendo ainda 4º no Giro del Trentino e nos 4 Dias de Dunkerque, 5º na Milano-Torino e no Giro del Piemonte. Antes disso, em 2009 foi vice-campeão mundial sub-23 e em 2010 venceu o GiroBio, a Volta a Itália do Futuro.


Fabio Aru (03/07/1990, Astana)

Fabio Aru é uma das maiores promessas do ciclismo italiano, estatuto conquistado nas mais importantes provas para os jovens naquele país, provas cujo nome diz pouco ao grande público mas que juntam algumas grandes promessas do ciclismo mundial. Na Toscana-Taça das Nações de 2011 perdeu por uma queda no sprint na última etapa, ficando no segundo lugar e voltando em 2012 para vencer; no Giro della Valle d'Aosta, prova onde só há espaço para trepadores, venceu as edições de 2011 e 2012; e no GiroBio foi 4º em 2011 e 2º em 2012. No ano passado foi estagiário na Astana e quase se estreava a vencer no USA Pro Cycling Challenge, sendo segundo numa fuga. É sem dúvida um dos trepadores mais promissores que chega este ano ao pelotão World Tour.


Ion Izagirre (04/02/1989, Euskaltel-Euskadi)

Ion Izagirre venceu uma etapa no Giro 2012
Se há região no mundo pródiga em irmãos ciclistas é o País Basco: os navarros Miguel e Prudencio Indurain, Alvaro e Igor González de Galdeano, Gorka e Joseba Beloki, Unai e Aitor Osa, Joseba e Haimar Zubeldia e agora Gorka e Ion Izagirre. A diferença é que nos irmãos Izagirre ambos têm qualidade para o ciclismo profissional de alto nível, o que não se podia dizer de Prudencio Indurain, Gorka Beloki ou Joseba Zubeldia.
Ion Izagirre chegou à Euskaltel em 2011 e começou, aqui e ali, a confirmar as boas indicações que já tinha deixado nos escalões de formação. Em 2012 chamou à atenção ao vencer o contra-relógio da Volta às Astúrias e uma etapa do Giro (em fuga) e neste arranque de temporada foi 4º no Tour Down Under. Será uma das principais apostas da Euskaltel já para este ano.


Jesse Sergent (08/07/1988, Radioshack)

Já aqui falei de Jesse Sergent pelo terceiro lugar no contra-relógio da Volta ao Algarve. Este neozelandês é um valor seguro enquanto contra-relogista mas o seu 18º lugar na chegada ao Malhão desperta-me alguma curiosidade para ver o que fará na montanha/média montanha durante 2013. Se evoluir nesse aspeto, a Radioshack poderá ter aqui uma boa aposta para provas de uma semana.


Joseph Dombrowski (12/05/1991, Team Sky)

Estávamos na etapa rainha da Volta à California, Robert Gesink dava tudo de si para alcançar Darwin Atapuma, e enquanto o camisola amarela Zabriskie, Van Garderen, Leipheimer, Tiago Machado, Horner e Danielson cediam, um jovem norte-americano dava nas vistas, finalizando no 4º lugar. Era Joseph (Joe) Dombrowski, que poucos dias antes tinha cumprido o 21º aniversário. Em junho venceria o GiroBio (e as duas etapas de montanha com exibição nota 10), e em agosto daria nas vistas no Tour de Utah e USA Pro Cycling Challenge.
Pela Sky não deverá ter muitas oportunidades para correr para si mesmo este ano, mas estará no Giro para auxiliar Wiggins e poderá ser um dos escudeiros na alta montanha. Ainda tem que melhorar no contra-relógio para poder aspirar à vitória em grandes voltas, mas também tem tempo suficiente para isso. Para já, evidencia-se como trepador.


Leigh Howard (18/10/1989, Orica-GreenEDGE)

Depois de dois anos na HTC de Cavendish, Greipel e Goss onde as oportunidades eram poucas, em 2012 Leigh Howard saiu para a GreenEDGE onde a concorrência interna é menor. Destacou-se na Volta à Grã-Bretanha com uma vitória (à frente de Cav), um 2º lugar, um 3º e um 5º, prestações que lhe permitiram iniciar 2013 de forma determinada. "Quero ir à América do Sul para vencer", dizia antes do Tour de San Luís. Ficou-se por um terceiro e um quarto lugares, antes de rumar a Maiorca para duas vitórias. É um sprinters muito promissor.


Luke Durbridge (09/04/1991, Orica-GreenEDGE)

Não é fácil destacar-se em muitas provas quando se é um contra-relogista puro, mas foi com essa arma e um calendário bem planeado que em 2012 Durbridge venceu o Circuit La Sarthe e o Tour du Poitou Charentes e foi 5º no Eneco Tour. Também venceu o prólogo do Critérium du Dauphiné à frente de Wiggins, e é bicampeão australiano de contra-relógio e campeão em linha. Antes de tudo isto, foi vice-campeão mundial de contra-relógio em 2010 e campeão em 2011. É um dos mais promissores contra-relogistas do pelotão internacional.


Mattia Cattaneo (25/10/1990, Lampre-Merida)

Se o GiroBio de 2010 foi para Betancur, o de 2011 foi para Mattia Cattaneo, outra esperança dos tifosi italianos para as grandes voltas a médio prazo, depois de um jejum de Tour que já vai em 14 anos (Pantani, 98, foi o último). Além da vitória no GiroBio 2011, no percurso de Cattaneo destacam-se dois terceiros lugares nas últimas duas Voltas a França do Futuro.


Michal Kwiatkowski (02/06/1990, Omega Pharma-Quick Step)

Kwiatkowski foi líder na Volta à Polónia e terminou 2º
Já aqui falei dele pela sua prestação no Tour de San Luis e na Volta ao Algarve. Construiu um palmarés impressionante enquanto júnior, com taças do mundo e campeonatos do Mundo (contra-relógio) e da Europa (fundo e contra-relógio). Nos primeiros anos de profissional (Caja Rural e Radioshack) mostrou-se essencialmente como contra-relogista e sprinter, no ano passado foi 2º na Volta à Polónia e agora foi 2º na Volta ao Algarve, mostrando uma boa evolução a subir. É já uma valor seguro mas falta confirmar-se neste capítulo e acredito que em 2013 terá um melhor desempenho, pelo menos na média montanha.

Rafal Majka (12/09/1989, Saxo-Tinkoff)

Rafal Majka já tinha dado algumas boas indicações mas foi na Vuelta do ano passado que sobressaiu como principal gregário de Contador na montanha (com todo o respeito para Tiralongo, que fez um grande trabalho mas representava de outra equipa). Depois disso foi 7º na Volta a Pequim e deixou no ar alguma expetativa para esta época. Contador deverá ir com uma excelente equipa ao Tour, podendo contar com Rogers, Kreuziger, Roche ou Chris Sorensen, deixando este jovem polaco fora da Volta a França mas dando-lhe maior liberdade noutras provas em que o espanhol não participe.

Rohan Dennis (28/05/1990, Garmin)

Os jovens australianos não competem muito na Europa, mas as poucas visitas de Rohan Dennis ao velho continente foram suficientes para se afirmar em algumas das mais importantes corridas da escalão sub-23. Em 2012 venceu o alemão Thüringen Rundfahrt (contra-relógio e geral), o Memorial Davide Fardelli e o Chrono Champenois (duas provas de contra-relógio) e foi vice-campeão mundial de crono que, como se percebe, é a sua especialidade. Mas porque não é apenas um contra-relogista, foi 5º na chegada à colina de Willunga no Tour Down Under 2012.

Tim Wellens (10/05/1991, Lotto-Belisol)

Tim Wellens não me parece um trepador puro mas sim um bom trepador que também se adapta a chegadas mais rápidas. É talvez o corredor com menor palmarés desta lista, mas o décimo lugar na Volta a Pequim do ano passado, enquanto estagiário da Lotto, faz-me acreditar que poderá fazer alguns bons resultados entre os profissionais já nesta temporada. No Tour Down Under deste ano foi 5º numa etapa, na que Geraint Thomas venceu.

Tony Gallopin (24/05/1988, Radioshack)

Gallopin é um ciclista que gosto bastante porque é muito completo e porque dá tudo de si independentemente do tipo de prova. Bom contra-relogista, bom sprinter, capaz de passar a média montanha ou a larga quilometragem nas clássicas, já está no sexto ano de profissional (Auber 93 em 2008-09, Cofidis 10-11, Radioshack 12-13) e tem alguns resultados de destaque: 3º Volta a Omã 2012, 6º Volta à Baviera 2012, 3º numa etapa do Tour 2012 e 4º numa de 2011.
Já deu nas vistas antes de 2013 mas para este ano espero um salto qualitativo e que dê nas vistas também em grandes provas, sejam clássicas ou provas por etapas, porque tem características para se impor em variadíssimas provas.


Warren Barguil (28/10/1991, Argos-Shimano)

Para finalizar, Warren Barguil, uma das esperança dos franceses para lutarem por uma Volta a França a médio prazo. Em 2011 venceu uma etapa e foi 5º na geral na Volta a França do Futuro, prova que venceu no ano passado, faltando-lhe ainda um ano no escalão sub-23, o de 2013, onde já não poderá tentar a dobradinha por correr numa equipa World Tour.
A Argos é um conjunto vocacionado para os sprints e não terá grandes modelos para se inspirar, mas também não terá ninguém para o qual seja obrigado a trabalhar.


Para finalizar, aqui fica o balanço do rendimento nos últimos 12 meses do 15 ciclistas apontados para 2012. De forma muito rápida e classificando a vermelho os que estiveram abaixo das minhas expectativas, a laranja os que estiveram um pouco abaixo mas dos quais espero um bom 2013 e a verde os que cumpriram ou superaram as minhas espetativas, aqui fica:
Andrew Fenn - Depois das duas vitórias em Maiorca podia esperar-se mais;
Andrew Talansky - 2º na Volta à Romandia e 7º na Volta a Espanha;
Peter Stetina - Muito importante para a vitória de Hesjedal do Giro mas os resultados pessoais foram modestos;
Sep Vanmarcke - A sua fase da época para brilhar é esta até meados e Abril e no ano passado teve alguns problemas físicos. Vamos ver o que faz nas clássicas de pavé deste ano depois de em 2012 ter ganho o Circuito Het Nieuwsblad;
Rasmunas Navardauskas - Mostrou-se um contra-relogista de muito bom nível e foi 8º nos Mundiais, deixando no ar alguma expetativa para as clássicas neste ano;
Arnaud Demare - 6 vitórias e entre elas a Vattenfall Cyclassics - Clássica de Hamburgo, uma das mais importantes da temporada para os sprinters. Tem 21 anos e espera-se que seja um dos grandes velocistas dos próximos anos;
Nacer Bouhanni - Campeão francês, 7 vitórias no total em 2012 e 32 vezes entre os cinco primeiros. É uma regularidade espetacular e outra das grandes promessas para os próximos anos no que ao sprint diz respeito;
Diego Ulissi - Duas etapas na Semana Coppi e Bartali, 2º no Milano-Torino, 6º no GP de Québec e 9º na Flechè Wallone, foi uma boa temporada para Ulissi mas parece ainda ter mais para dar, ele que foi bicampeão mundial de juniores e tem agora 23 anos;
Kris Boeckmans - Teve alguns bons resultados em 2012 (e neste início de 2013) mas muito irregular.
Mikel Landa - Combativo durante toda a temporada mas o único resultado de destaque foi o 2º lugar no GP Miguel Indurain, batido por Daniel Moreno;
Moreno Moser - Uma das grandes revelações da temporada, com duas etapas e a classificação geral da Volta a Polónia como maiores vitórias. Muito rápido, com bons desempenhos em subidas curtas e contra-relógios, para 2013 as expetativas são elevadas;
Sergio Henao - 9º no Giro, 3º na Volta a Polónia e 2º na Volta a Burgos;
Tom-Jelte Slagter - 2012 foi apenas um bom ano mas 2013 começou com a vitória no Tour Down Under. Talento confirmado.
Wilco Kelderman - 7º na Volta a Califórnia e 8º no Critérium du Dauphiné. Tem apenas 21 anos e este ano já foi 6º no Tour Down Under
Simoni Ponzi - Uma vitória na Volta à Eslovénia mas no globalidade a sua temporada foi inferior ao que esperava.

4 comentários:

  1. Mais uma boa cronica, os meus parabéns Rui.

    Concordo com a grande maioria dos nomes que aqui nos apresentas, tenho só algumas dúvidas quanto aos italianos. Penso que ainda não será este ano que vão dar o salto qualitativo junto dos profissionais. Quanto ao Majka, acho que não vai ter muitas oportunidades para se mostrar, infelizmente.

    Espero também que a RadioShack olhe de outra forma para o Gallopin, porque parece-me que pode dar muitas vitórias em etapas e em provas de 3 a 7 dias.

    A estes nomes junto mais 3, curiosamente todos franceses que acho que vão ter destaque este ano: Romain Bardet, Kenny Elissonde, e o Bryan Coquard, este último de 92 mas que certamente vai dar vitórias ao sprint.

    Para finalizar espero que o Phinney possa vencer corridas de alguma nomeada, pois temo que se torne num futuro Popovich (máximo respeito, pois é muito útil a trabalhar mas que era dado como um futuro campeão algo que até agora não se comprovou)

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  2. E já agora porque não uma lista com os 5, porque 15 deve ser dificel, promessas do pelotão nacional?

    Muito bom artigo!

    cumprimentos

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  3. Obrigado pelos comentários!

    Vítor, já aqui falei do Coquard mas não consta da lista porque não está no World Tour. O Bardet foi o 16º ciclista, ou seja, o que me deixou até ao fim para decidir entre ele e outro corredor, ficando ele de fora. E sobre o Elissonde, penso que ainda não será este ano.

    Quanto ao Phinney, é um excelente contra-relogista e sprinter, mas não é trepador como o pintavam na Eurosport. Por isso existe alguma "desilusão".

    SR, é algo que está pensado.

    Cumprimentos!

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  4. Boas,

    Diria que falta ai o Bob Jungels :P

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